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Ministério da Saúde debate IDSUS no Centro de Estudos

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Publicado em:19/04/2012

O Centro de Estudos da ENSP promoveu debate nesta quarta-feira (18/4) sobre o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS) - ferramenta que avalia o acesso e a qualidade dos serviços de saúde no país - com o diretor do Departamento de Atenção Básica (DAB), Hêider Aurélio Pinto, e o coordenador geral de Monitoramento e Avaliação, Afonso Teixeira Reis, ambos do Ministério da Saúde. O debate foi coordenado pelo pesquisador Francisco Viacava, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica da Fiocruz (Icict), unidade da Fiocruz que, junto com a ENSP, coordena o Pro-Adess, fundamento teórico do IDSUS. O tema também está em discussão no novo espaço do Portal ENSP para debates: o blog Saúde em Pauta. Qualquer pessoa pode participar enviando comentários.

 

 

Ministério da Saúde debate IDSUS no Centro de Estudos

 

 

O Pro-Adess considera que o desempenho do sistema de saúde brasileiro deve ser analisado em um contexto político, social e econômico que traduza a sua história e sua conformação atual, seus objetivos e prioridades. Devem ser identificados os determinantes de saúde associados aos problemas de saúde tidos como prioritários, evitáveis e passíveis de intervenção, bem como seu impacto em diferentes grupos sociais. A segunda dimensão da avaliação é composta pelos problemas de saúde em termos de morbidade, mortalidade, limitação de atividade física e qualidade de vida associada, que permite conhecer a expressão dos problemas em diferentes regiões geográficas e grupos sociais. Esse perfil de morbi-mortalidade deve orientar a estrutura do sistema de saúde (condução, financiamento e recursos), que, por sua vez, condiciona as possibilidades de melhor ou pior desempenho dos serviços de saúde, objeto principal da avaliação, que inclui as subdimensões acesso, efetividade, eficácia, adequação, continuidade, segurança, aceitabilidade e direitos dos usuários.

 

Ministério da Saúde quer usar informações do IDSUS para tomada de decisão gerencial


Ministério da Saúde debate IDSUS no Centro de EstudosO diretor do DAB, Hêider Pinto, afirmou que as políticas do MS levam em conta a importância de usar as informações do IDSUS para a tomada de decisão gerencial. "O MS tem cerca de 200 sistemas gerenciais que não trabalham com bases de dados comuns, mas está empenhando grande esforço para unificar os sistemas e gerenciar suas políticas, inclusive começa a produzir resultados no sentido de dar soluções em tempo real". Além disso, disse ele, todo o planejamento do MS está sendo monitorado e interopera com o Ministério do Planejamento. A 'chave' que vai unificar os sistemas é o Cartão Nacional de Saúde, instrumento que possibilita a vinculação dos procedimentos executados no SUS ao usuário, ao profissional que os realizou e à unidade de saúde onde foram realizados", explicou Hêider.
 

Hêider Pinto apontou outro movimento importante, que é trazer à cena a percepção do usuário de várias maneiras, inclusive pelo componente da ouvidoria ativa. "Para cada AIH [autorização de internação hospitalar], por exemplo, é disparada uma carta para o usuário avaliar a sua internação. Isso é absolutamente importante porque, ao tornar a informação transparente não só para a tomada de decisão, mobiliza-se o debate público para que o usuário construa sua opinião sobre a saúde do seu município."
 

Para buscar assegurar maior acesso e qualidade nos serviços de Atenção Básica, foi desenvolvido pelo DAB o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (Pmaq), que contempla quatro fases: a adesão e contratualização; desenvolvimento; avaliação externa; e recontratualização. Segundo Hêider, o Pmaq não tem nada de contraditório com o IDSUS, pois dialoga com o movimento da tomada de decisão. "O decreto 7.508/11, que define o Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (Coap), faz menção ao IDSUS e aos recursos financeiros que serão disponibilizados", esclareceu.

 

Ministério da Saúde expõe informações importantes do IDSUS

Ministério da Saúde debate IDSUS no Centro de EstudosO outro palestrante do Ceensp foi o coordenador geral de Monitoramento e Avaliação do MS, Afonso Teixeira Reis, que expôs o modelo avaliativo, os objetivos, indicadores, parâmetros, métodos estatísticos e resultados do IDSUS. "O índice expressa a avaliação do desempenho do SUS quanto à universalidade, integralidade, hierarquização e regionalização nas três esferas de governo, e em toda avaliação se faz um juízo de valor, uma comparação. Essa avaliação serve para compor a nova visão panorâmica da pactuação e o novo contrato de gestão a ser estabelecido entre essas esferas", disse ele.

 

Uma das polêmicas geradas na mídia referiu-se ao foco avaliativo do IDSUS. Segundo Afonso, o objeto do SUS é o atendimento ao usuário do sistema residente de cada município brasileiro, onde está implícita toda a rede de atenção à saúde. E esclareceu: "Não se trata apenas de avaliar para qualificar, para dar nota a cada município. O IDSUS não tem como objetivo apenas fazer ranqueamento".
 

Quanto ao modelo de avaliação, foram seguidas duas linhas, acesso e efetividade, para cada nível assistencial – atenção básica, atenção ambulatorial, atenção hospitalar geral, atenção hospitalar especializada –, e definidos 14 indicadores de acesso e 10 de efetividade. Foi realizada uma consulta pública entre abril e junho de 2011, da qual participaram técnicos e dirigentes do Conass, do Conasems, do Ipea, da Abrasco, da Fiocruz, do Ministério da Saúde e do Ministério do Desenvolvimento Social, assim como o projeto foi discutido com outras entidades.
 

Afonso Teixeira Reis explicou que os parâmetros são os melhores resultados esperados para os indicadores e as notas obtidas para cada indicador dão as notas de acesso potencial, ou obtido, e de efetividade que formam o IDSUS. Durante o debate, os palestrantes colocaram que a meta principal é a melhoria das políticas de saúde, mas que não era possível esperar para fazer essa avaliação do SUS.


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