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Rio+20 tem pelo menos cem chefes de Estado e governo já confirmados

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Publicado em:12/04/2012

Pelo menos cem chefes de Estado e de governo já confirmaram presença na Rio+20. Esse é o número de presidentes e primeiros-ministros que pediram espaço para falar na plenária da conferência, que ocorre em junho no Rio de Janeiro, de acordo com o embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil no evento. Ele não revelou nomes. Procurando rebater as críticas sobre uma possível 'fuga' da pauta ambiental na discussão central da conferência sobre desenvolvimento sustentável, Corrêa do Lago afirmou que esse número mostraria a importância do evento, que vai contar com a presença de representantes de 193 países.

 

"Até agora essa é a medida mais clara da importância dada ao evento. Enquanto cem confirmaram presença, o número de chefes de Estado que já informaram que não vão comparecer à conferência é de menos de 20", disse Lago em evento com jornalistas, em São Paulo, mencionando o caso do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.

 

O embaixador informou que, além dos chefes de Estado, a Rio+20 espera contar com a presença da sociedade civil. Pela primeira vez uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) vai contar com um fórum on-line para permitir a participação de estudantes, pesquisadores e representantes da sociedade organizada na discussão dos temas que estão na pauta da conferência. O site (www.riodialogues.org) será lançado oficialmente em 16 de abril e terá capacidade para receber 400 mil participantes. "Temos uma parceria com o Google, caso seja preciso ampliar esse número de acessos", disse Lago.

 

Questões sociais e econômicas A participação de chefes de Estado é uma das maiores medidas do sucesso da conferência, segundo o embaixador brasileiro. A atuação desses líderes na ONU passou por uma fase traumática em 2009, durante a conferência de Copenhague, na Dinamarca. Na ocasião, o documento elaborado pelos chefes de Estado não foi aprovado em plenário. Segundo Lago, dentro da ONU o episódio ficou conhecido como o "trauma de Copenhague", por causa do estresse que causou entre a organização e os líderes que elaboraram o documento.

 

"Há uma preocupação muito grande para que a Rio+20 tenha substância, por isso muitos chefes de Estado estão aguardando o andamento das negociações do acordo que sairá da conferência antes de confirmar presença. Outros líderes ainda vão considerar a situação interna de seus países antes de confirmar presença", disse Lago, citando como exemplo a campanha eleitoral nos EUA, que pode dificultar a vinda do presidente Barack Obama.

 

Para assegurar que haja um entendimento entre as partes, o Brasil promove amanhã e sexta um encontro entre 40 negociadores de diversos países envolvidos na conferência, no Palácio Itamaraty, no Rio, para dirimir as principais diferenças de conceituação que existem entre os países. Segundo Lago, um dos principais legados da conferência Rio+20 deve ser a definição de 'economia verde'. A posição brasileira é de que o conceito deve englobar aspectos econômicos, sociais e ambientais.

 

Obama não deve vir à conferência O presidente Barack Obama praticamente descartou sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em conversa com a presidenta Dilma Rousseff, na Casa Branca. Ele alegou que os compromissos da campanha devem impedi-lo de se ausentar do país em junho, quando a corrida pela reeleição deve engatar.

 

Na reunião de trabalho que tiveram, Dilma reforçou o convite para que Obama fosse ao Brasil, nem que para integrar apenas parte das discussões da Rio+20. Ouviu do americano que isso seria "muito difícil".

 

Dilma mencionou o convite em sua declaração à imprensa, no Salão Oval da Casa Branca, lembrando que o tipo de desenvolvimento que deve pautar o século XXI, com prosperidade econômica, inclusão social e proteção ambiental, é a agenda central da Rio+20. Obama não se referiu à conferência, mesmo quando ressaltou a importância da expansão do uso de energias limpas.

 

Na declaração final da visita oficial, a diplomacia brasileira inferiu que os presidentes "enfatizaram a importância de ampla participação no segmento de alto nível da conferência" (a reunião oficial, de 20 a 22 de junho), numa indicação de que será enviada pelos EUA uma delegação de primeiro escalão e "sublinharam a importância" da Rio+20.

 

A presença do americano era considerada chave para as negociações, por exemplo, de metas de desenvolvimento sustentável e aporte de recursos pelos países ricos. O problema de Obama é que a agenda ambiental e de mudanças de paradigmas de desenvolvimento é um tema delicado na política americana e abre brecha a ataques do Partido Republicano.


Fonte: Jornal da Ciência
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