A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) apoiará e ajudará os países da região das Américas na elaboração de políticas públicas para o uso de tecnologias da informação e da comunicação em saúde, também denominado eSaúde (eHealth). Esse acordo foi firmado entre autoridades sanitárias durante o 51º Conselho Diretor da Opas/OMS, que se reúne em Washington esta semana.
Essa estratégia busca melhorar a qualidade do acesso aos serviços de saúde, por meio do uso de tecnologias de informação e comunicação. Espera-se que, ao serem aplicadas essas tecnologias no setor saúde, entre outras coisas, se otimize a gestão do tempo e de recursos, e que se aumentem os insumos para tomar decisões completas, por exemplo, sobre o tratamento de um paciente.
Alguns dos componentes do eSaúde são: o registro médico eletrônico (ou história clínica eletrônica ou prontuário eletrônico); a telessaúde/telemedicina prestação de serviços de saúde por meio de tecnologias da informação, em particular a distância; mSaúde que implica a utilização de dispositivos móveis, como telefones celulares e outros dispositivos sem fio para monitorar pacientes, para o cuidado à saúde; o eLearning que permite receber educação a distância por essas tecnologias; a educação contínua em tecnologias da informação e comunicação para profissionais da saúde; e a interoperabilidade e padronização, que implica que todas as tecnologias nessa área sejam compatíveis e que sigam as mesmas normas em matéria de eSaúde.
Ao discutir esse tema, a diretora da Opas/OMS, Mirta Roses, destacou o papel da estratégia ao consolidar as iniciativas regionais sobre eSaúde, para evitar duplicação de esforços e assegurar a otimização de recursos humanos e financeiros. Referiu-se especificamente à integração para o desenvolvimento da estratégia eSaúde com instituições como a Comissão Econômica para América Latina (Cepal), Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe (Sela) e Organização dos Estados Americanos (OEA).
Por sua vez, o gerente da Área de Gestão do Conhecimento e Comunicações da Opas, Marcelo DAgostino, afirmou que é preciso assimilar que são necessárias novas normas e padrões para assegurar a interoperabilidade, ou seja, o intercâmbio de informação em nível nacional e internacional. Também destacou o trabalho conjunto para buscar a adoção de uma nova forma de relação entre médico e paciente por meio do eSaúde. É importante trabalhar junto a outros organismos internacionais e instituições responsáveis pela infraestrutura tecnológica para assegurar o acesso às tecnologias de conhecimento e informação, acrescentou Marcelo DAgostino.
Entretanto, nas Américas, persistem alguns desafios: existem segmentos da população que têm acesso limitado aos serviços de saúde, assim como, em algumas áreas, falta infraestrutura, profissionais e orçamento para o setor saúde. Também é desigual o acesso às tecnologias de informação e comunicação nos países americanos.
Em entrevista realizada em 2010 pela Opas/OMS sobre o tema, e tomando como base a resposta de 19 países, para 68% deles o eSaúde é uma prioridade para seu país e 47% afirma ter uma política ou estratégia para o uso de tecnologias de informação em saúde.
A estratégia e o plano de ação aprovados contemplam os seguintes objetivos para a Opas/OMS:
- Respaldar e promover a formulação, execução e avaliação de políticas públicas em eSaúde nos países da região;
- Melhorar a infraestrutura organizacional e tecnológica para que seja possível aplicar as políticas de eSaúde;
- Identificar um marco legal que respalde o uso das tecnologias de informação e comunicação em saúde e facilite o intercâmbio de informação clínica em âmbito nacional e regional por meio eletrônico. Esse marco legal promoverá a validação das ações em telemedicina e promoverá a proteção dos dados pessoais do cidadão;
- Fomentar a utilização de serviços de vigilância epidemiológica por meio do uso das tecnologias de informação e comunicação;
- A utilização de serviços de vigilância epidemiológica através do uso de tecnologias da informação e comunicação;
- Promover a cooperação intersetorial em cada país e entre países e o estabelecimento de mecanismos eletrônicos para compartilhar práticas, recursos regionais e lições aprendidas;
- Impulsionar a capacitação em tecnologias de informação e comunicação em saúde no âmbito universitário e entre os profissionais de saúde;
- Facilitar a informação de qualidade para a educação em saúde, a prevenção das doenças e atualização dos profissionais de saúde.
A Opas, fundada em 1902, trabalha com os países das Américas para melhorar a saúde e a qualidade de vida de sua gente. É também o Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde.
Opas apoiará governos das Américas nas políticas públicas em eSaúde
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