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Consumo de agrotóxicos impulsiona pesquisas na ENSP

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Publicado em:11/01/2011

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desde o início de 2010, um em quatro produtos do agronegócio em circulação no mundo é brasileiro. Entretanto, a liderança no ranking das vendas externas do complexo de soja vem acompanhada de um crescente consumo dos agrotóxicos – que também coloca o país como maior consumidor da substância no mundo. Os prejuízos para a saúde humana e ambiental alertaram os profissionais de saúde, de forma que os programas de pós-graduação e o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da ENSP (Cesteh) têm desenvolvido vários projetos de pesquisa sobre o tema.

Somente em 2009, foram vendidas 725,6 mil toneladas de agrotóxico no país, movimentando US$ 6,62 bilhões, enquanto em 1987, segundo reportagem da Revista Radis (nº 95 julho 2010), o consumo não ultrapassava as 100 mil toneladas. “Esse boom foi impulsionado pela autorização para o plantio da soja transgênica no país, e essa preocupante realidade tomou forma a partir de 2004. Apesar de alavancar a economia, a questão traz consigo um número maior de problemas de saúde para o trabalhador, sua família e o meio ambiente”, alertou o pesquisador do Cesteh/ENSP, Frederico Peres.

O impulso do agronegócio para a economia brasileira e os impactos da utilização dos agrotóxicos na saúde humana têm motivado o desenvolvimento de várias pesquisas sobre as consequências do seu uso, como um estudo sobre o nível de contaminação por agrotóxicos em água de consumo humano nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro;uma avaliação de risco à saúde humana decorrente do uso de agrotóxicos na agricultura e na pecuária nas regiões Centro-Oeste e Nordeste; um trabalho sobre comunicação de risco no uso da substância e sobre o modelo de vigilância em saúde das populações expostas a agrotóxicos no país; além de uma proposta integrada de minimização do uso de agrotóxicos em comunidades agrícolas rurais do município de teresópolis.

"Já na década de 90 a Fiocruz se preocupava em analisar a dimensão toxicológica do risco à exposição aos agrotóxicos. O próprio laboratório do Cesteh vem desenvolvendo técnicas para o monitoramento das exposições, desenvolvimento de projetos, acompanhando de inquéritos epidemiológicos e verificando os possíveis efeitos à saúde do ponto de vista toxicológico”, explicou Frederico.

Em relação ao futuro, o pesquisador afirma que o crescimento da utilização da substância continuará a crescer em função do modelo de produção adotado. Por outro lado, acredita que o incentivo às pesquisas, auxilio aos pequenos produtores e programas de diversificação de cultura podem trazer novas esperanças.

Foto capa: Anvisa


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Divulgação Científica Radis

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