Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

Gestão Urbana e Saúde

Justificativa

A proposta de formação se assenta nos recentes fatos e documentos sobre a significância da relação entre processo saúde-doença e as políticas, programas e projetos de ocupação e expansão urbana nas grandes cidades. As consequências advindas desta relação induz a criação de projetos pedagógicos que aproximem os diferentes atores, suas intencionalidades e ações diante de tal complexidade, na busca por melhores intervenções e soluções. No contexto de uma interdisciplinaridade e intersetorialidade, formada entre urbanidade e saúde, ressalta-se a definição do conceito de Cidade Saudável pela Carta de Ottawa de 1986, após o que a ENSP e a Fiocruz realizaram diversas investidas na discussão do processo saúde-doença, ambientado no contexto de uma urbanização crescente da população brasileira e mundial. O Relatório da ONU de 2014 demonstra que o perfil habitacional e produtivo da população mundial cada vez mais se caracteriza, acentuadamente, pelo cenário urbano, nesse sentido, as projeções mais otimistas indicam que até o ano de 2050, cerca de 2,5 bilhões de pessoas estarão vivendo em zonas urbanas, em grandes cidades e megalópoles. Com o objetivo de acompanhar de modo mais próximo e reflexivo esses cenários e tendências, inicia-se em 2014, no Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental-DSSA, uma discussão sobre a constituição do Grupo de Pesquisa em Saúde Urbana, certificado pelo CNPq, que busca articular pesquisa e processos de formação que reflitam as preocupações crescentes com as questões de saúde coletiva relacionadas ao crescimento urbano e aos problemas de gestão e planejamento urbanos observados em regiões metropolitanas do país. A formação também se justifica no contexto institucional, tendo em vista a designação da ENSP, em 2010, como Centro Colaborador em Saúde Pública e Ambiental pela Organização Pan-Americana de Saúde, a fim de liderar projetos de formação e pós-graduação voltados aos países latino-americanos, visando, dentre outras ações, catalisar e promover experiências bem sucedidas na área da saúde urbana. Outro fato relevante nesse contexto relaciona-se à participação da Escola e do DSSA, em 2011, na Conferência Internacional em Saúde Urbana, realizada em Belo Horizonte. Também em 2011, a Vice- Presidência (VPAAPS) da FIOCRUZ, mapeando iniciativas nesta temática, no Brasil, aprofunda relacionamento com o Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (OBSUBH), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais de modo a incorporar as experiências deste Observatório ao projeto institucional intitulado "Produzindo um Observatório de Saúde Urbana", como terceiro componente da cooperação técnica FIOCRUZ-IHS. Ainda nesse contexto, buscando intensificar o processo pesquisa- formação acadêmica, é firmado em março de 2016 o convênio de cooperação internacional entre o Grupo de Investigação em Geografia da Saúde (GIGS) da Universidade de Coimbra e a ENSP, com o objetivo de permitir o intercâmbio de experiências no âmbito da saúde urbana, do planejamento urbano e das mudanças climáticas, que reflitam sobretudo a agenda do Grupo de Pesquisa em Saúde Urbana, certificado em 2016 pelo CNPq que busca articular pesquisa e processos de formação que possam atender às crescentes demandas da saúde pública relacionadas ao crescimento urbano e aos problemas de gestão observados em todas as regiões metropolitanas do país. A formação também se justifica no contexto institucional da ENSP, como Centro Colaborador em Saúde Pública e Ambiental da Organização Pan-Americana de Saúde ?a fim de liderar projetos de formação e pós-graduação voltados aos países latino americanos?, visando, entre outras ações, catalisar e promover experiências bem sucedidas na área da saúde urbana. Nesse sentido, a primeira dessas experiências formativas ocorreu em junho desse ano, através do curso de inverno em Gestão Urbana e Saúde Pública no Contexto do Rio Cidade Olímpica. No curso foram abordados os temas do saneamento, requalificação de espaços urbanos, mobilidade urbana e conflitos sociais relacionados aos planos, programas e políticas de expansão urbana e reescalonamento espacial da região metropolitana do Rio de Janeiro. A relação entre o ambiente construído sob intervenção dos grandes megaprojetos e os determinantes sociais e urbanos da saúde torna-se a questão central destacada na pauta desse curso, assim como, a matriz das políticas urbanas de saúde, ambiente, mobilidade, ocupação do solo e habitação, que configurem cenários onde se desenvolvem suas disciplinas, respondendo, dessa forma, às respectivas demandas de processos de formação profissional que possam e venham atuar no contexto urbano das cidades saudáveis, sustentáveis e socialmente justas.

Escolas de Governo em Saúde - Pós Graduação Lato--ensu

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