Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

Saúde Mental e Atenção Psicossocial

Justificativa

A saúde é o setor que vem protagonizando, em nosso país, o mais significativo processo de reforma de Estado, tendo como autores e atores importantes segmentos sociais e políticos. No campo da saúde mental, onde esse processo de transformação no setor da saúde tem avançado de forma mais significativa, a ruptura epistemológica da Reforma Psiquiátrica, produziu um campo fértil de desafios e possibilidades.
Proposta enquanto um ?processo social complexo?, a Reforma Psiquiátrica no Brasil, tem como objetivo buscar uma nova forma de lidar com a experiência da loucura, transformando as instituições, os saberes, a cultura e as relações entre as pessoas. Essa reestruturação se mostra clara ao considerarmos a transição do modelo assistencial no Brasil, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e o deslocamento do modelo de atenção em saúde mental centrado na internação hospitalar fechada para um modelo substitutivo, aberto, baseado na assistência territorial.
Nesse sentido, a saúde mental no campo da saúde pública tem contribuído com grandes inovações no que se refere ao conceito de saúde enquanto produção de vida, ao cuidado, às organizações dos serviços, ao trabalho intersetorial, a invenção de uma outra clínica e à participação popular. Por outro lado, esse processo se depara com o desafio de não se reduzir a uma mera reforma técnico-assistencial, o que exige a presença de novos profissionais, com clareza dos princípios propostos pela Reforma Psiquiátrica no contexto do SUS e dos serviços substitutivos. Uma vez que esses profissionais se constituem nos principais atores do processo de desinstitucionalização, operando rupturas com práticas excludentes, olhares, saberes e cultura. Aceitando o desafio de criar uma prática até então inexistente, na contramão da hierarquia e especialização comuns a técnicos do hospital psiquiátrico e outros serviços afins.
Considerando, essas mudanças recentes na área da saúde mental e a inserção de seus trabalhadores, juntamente com outras profissões da saúde nesse campo, nos deparamos com questões da saúde que operam na interface entre o individual e o social, ampliando o objeto de estudo e intervenção desses profissionais, que absorvidos por suas práticas, nem sempre encontram a possibilidade de um espaço necessário à reflexão e atualização do seu processo de formação teórico-crítica que possa auxiliar nas dificuldades de sua prática. Na graduação, as bases para o desenvolvimento desse campo são praticamente inexistentes ou quando existem possibilitam uma formação básica e superficial, sem contemplar diversos eixos epistemológicos e diferentes campos de atuação. Nessa perspectiva, a FIOCRUZ através do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental (LAPS) da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), tem contribuído com o SUS na implementação desse processo, através dos seus cursos de formação e especialização em Saúde Mental e Atenção Psicossocial em todo território nacional. Atuando juntamente com os profissionais da área de saúde que trabalham em interface com a saúde mental.
Sendo assim, esse curso propõe a capacitação dos trabalhadores da rede pública de saúde e profissionais com interesse direto na área da saúde mental e atenção psicossocial.Com o objetivo de possibilitar a sistematização e reflexão crítica dos saberes no campo da saúde pública e saúde mental de seus trabalhadores, bem como refletir e rediscutir suas práticas junto as pessoas em sofrimento mental, as formas de articulação na rede de serviços do município e a utilização do território por esse novo profissional.

Escolas de Governo em Saúde - Pós Graduação Lato--ensu

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