Dengue é tema da primeira sessão científica de 2008 do Centro de Saúde
O aumento do número de casos de suspeita de dengue na região de Manguinhos nos últimos meses causou grande comoção e fez redobrar o trabalho do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP). Incitados por essa situação, o Centro realizou sua primeira sessão científica de 2008 abordando a dengue como tema principal. Uma novidade para este ano é a mudança do local de realização das sessões científicas do CSEGSF. Agora, elas passarão a acontecer no próprio Centro, evitando, assim, a interrupção parcial no atendimento à população.
A coordenadora do Centro de Saúde, Else Gribel, ressaltou a importância de informar e orientar principalmente as pessoas que estão ligadas ao atendimento. "Mesmo as pessoas que não estão diretamente envolvidas precisam estar sensíveis aos problemas que estão acometendo a população". As sessões científicas do Centro têm o objetivo de promover a educação continuada entre os seus colaboradores e interessados, divulgando internamente as atividades que são realizadas pelo CSEGSF. "Elas representam um espaço de reflexão do cotidiano. Com elas, podemos corrigir um pouco o nosso processo de trabalho", reiterou Else.
A médica e coordenadora de vigilância epidemiológica do Centro de Saúde, Celina Boga, apresentou os números de casos suspeitos de dengue observados nas comunidades que formam o Complexo de Manguinhos e o perfil dos pacientes atendidos pelo CSEGSF. Ao todo, foram notificados 258 casos nas 14 comunidades atendidas pelo Centro de Saúde em um período que vai de janeiro a março de 2008. As notificações da doença são feitas com pacientes que apresentam febre aguda e intermitente, acompanhada por, no mínimo, outros dois sintomas, como cefaléia, dores no fundo dos olhos, nas costas, pernas e articulações. "No primeiro momento, levamos em conta esse critério para suspeitar de um caso de dengue e notificar o Sistema Nacional de Agravos de Notificação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (Sinan/SVS/MS). A confirmação ou não da doença implica na realização de exame sorológico e virológico", explicou Celina.
As notificações de suspeita revelam que as faixas etárias mais afetadas entre a população atendida são crianças entre 10 e 14 anos, com 21% dos casos, e adultos entre 30 e 44 anos, com 24% das notificações. "Os dados referentes ao sexo das pessoas que apresentam os sintomas indicam que 58,1% dos pacientes são mulheres e 41,9% são homens. Entre as comunidades atendidas, Parque Oswaldo Cruz, Mandela de Pedra, Nelson Mandela e CHP2 formam os quatro lugares mais afetados com, respectivamente, 21%, 14,7%, 14% e 12,8%. "Essas comunidades concentram mais de 50% dos casos notificados. O Complexo de Manguinhos mostra números que ultrapassam o limite da taxa de incidência considerada surto, que é de 300 casos por 100 mil habitantes. E segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), até o dia 19 de março, Manguinhos já apresentava uma taxa de incidência de 413 casos por 100 mil habitantes" alertou a médica.
O assunto da próxima sessão científica, que está marcada para quinta-feira (3/4), às 14h, será o protocolo de doenças cardiovasculares.
" As sessões do Centro de Saúde são sempre muito representativas para nós, profissionais que trabalhamos aqui. Elas funcionam como uma atualização geral sobre o que acontece e é feito dentro do nosso ambiente de trabalho. Temos todos que estar muito sensíveis para conseguirmos identificar os sinais que os pacientes estão apresentando e avaliar os casos que precisam de intervenções mais significativas", comentou a médica. Ainda de acordo com ela, entre os casos de pacientes atendidos pelo Centro de Saúde, nenhuma morte foi notificada, finalizou Celina Boga.
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