Secretaria do Estado do Rio de Janeiro cria protocolo de atendimento à gestante com dengue
A Secretaria de Estado do Rio de Janeiro de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) está preparando um novo protocolo de atendimento a gestantes com suspeita de dengue. No ano passado, 439 gestantes tiveram dengue no estado. Em 2008, até o início de março, foram notificados 63 casos em grávidas.
O manual, preparado por técnicos dos setores da Saúde da Mulher e da Vigilância Ambiental, alerta os médicos da rede própria para que fiquem bastante atentos no primeiro contato com a paciente, lembrando que é preciso valorizar as queixas e a evolução da febre e prestar atenção aos possíveis sangramentos.
O gerente de Saúde da Mulher da Sesdec, Marco Apolinário, explica que a atualização dos médicos em relação ao atendimento das gestantes é importante por vários fatores: dentre eles, o fato de que a gravidez provoca alteração vascular na mulher, o que representa um risco a mais para a grávida que contrair dengue hemorrágica.
- Por causa da alteração vascular, o sangramento torna-se bem mais intenso, o que piora o quadro de saúde como um todo. Outra complicação, no caso da gestante com dengue hemorrágica, é o risco de descolamento da placenta, o que pode levar a um aborto - lembra.
Segundo Apolinário, que é ginecologista e obstetra, outro risco grave é a transmissão vertical - isto é, da mãe para o feto. "É raro, mas acontece. Agora mesmo, estamos com dois casos sob investigação de bebês que podem ter sido infectados através da placenta: um em Angra dos Reis e outro no Rio. De qualquer forma, existem relatos clínicos sobre esse tipo de transmissão."
Além da atualização do protocolo, a Sesdec vai realizar, no dia 2 de abril, o seminário Dengue na Gestação e na Criança. O evento, aberto aos profissionais de saúde em geral, será no auditório do 11º andar do prédio central. A organização é dos setores de Saúde da Mulher, Saúde da Criança e Vigilância Ambiental.
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