Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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PSF/ENSP realiza Seminário de Planejamento para 2008

Planejar ações e reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases. Esse foi o objetivo do encontro do Programa de Saúde da Família do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (PSF/CSEGSF/ENSP), realizado no auditório térreo da ENSP/Fiocruz, nesta segunda-feira (20/02). No encontro, foram debatidos os direitos e deveres de cada cidadão usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). Os moradores do Parque Oswaldo Cruz (POC) compartilharam com integrantes da equipe do PSF responsável pelo atendimento a essa comunidade (POC-PSF) informações e histórias desde a criação da equipe até os dias atuais. A coordenadora do Centro de Saúde, Else Gribel, e a coordenadora do PSF, Elisabete Dorigueto Borges, também estiveram presentes no evento.



A dentista da equipe, Fernanda Nunes, e a agente comunitária de saúde (ACS) Luana Souza apresentaram alguns dos direitos - a um atendimento de qualidade e a um tratamento humanizado e sem discriminação, por exemplo - e deveres - nunca mentir ou dar informações erradas sobre o seu estado de saúde, entre outros - dos usuários do PSF. Elas também destacaram o outro lado da moeda, ou seja, o dever de os governos federal, estadual e municipal se empenharem para que os direitos dos cidadãos sejam respeitados.

Cerca de 50 moradores participaram e ouviram atentamente explicações importantes dos agentes de saúde. Daniel Soranz, médico da equipe, enfatizou a importância da participação da comunidade: "sem a presença de vocês nada disso estaria acontecendo". Além de orientar a comunidade, Daniel também apresentou as metas da equipe para 2008, destacando a intenção de se modificar o motivo da busca pelos postos. "É importante que não só aqueles que estão doentes procurem os serviços, mas também aqueles que queiram melhorar sua qualidade de vida" afirmou.

A participação dos morados do POC foi bastante importante e recebeu grande incentivo por parte dos integrantes do PSF. Eurídice Teixeira Callado, de 82 anos, é uma das moradoras mais antigas do local a ser atendida pelo PSF. "Eu nasci em 1925, quando essa área ainda era uma fazenda. O programa trouxe muitas melhorias para as nossas vidas. Isso é uma beleza, tomara que nunca acabe!", comentou satisfeita.

Atuação do PSF no Parque Oswaldo Cruz

O Parque Oswaldo Cruz (POC), conhecido atualmente como 'Amorim', era antigamente uma fazenda de propriedade do comerciante português do qual herdou o nome: Joaquim Francisco Amorim. Em 1900, essa área começou a ser ocupada por funcionários do Instituto Soroterápico Federal (atual Fundação Oswaldo Cruz), tornando-se a comunidade mais antiga do Complexo de Manguinhos. Cem por cento das famílias cadastradas do Parque Oswaldo Cruz contam com coleta de lixo, energia elétrica, abastecimento de água e esgoto pela rede pública e 99,5% das casas são feitas de alvenaria. "Esses dados são relevantes, pois retratam condições capazes de preservar a saúde da comunidade", disse Aline Ramos, enfermeira do POC - PSF.

O POC-PSF começou seus trabalhos em 2004 e, desde então, vem atuando com sucesso na comunidade, que é dividida em seis microáreas, cada uma sob responsabilidade de um agente de saúde. Dentre os moradores cadastrados no programa, 31,59% se encontram na faixa etária de 19 a 39 anos e 13,46% têm 60 anos ou mais; 55% são mulheres e 45%, homens. Das 78 crianças de até 2 anos cadastradas, 74% têm cobertura vacinal e praticamente 100% estão acima do peso. Apenas uma criança apresenta desnutrição. Das gestantes cadastradas, 87,5% iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre. Dentre os adultos, as ocorrências mais comuns são de hipertensão e diabetes.



Hoje, a equipe do PSF do Parque Oswaldo Cruz conta com 12 pessoas: seis agentes comunitários, um médico, uma enfermeira, uma dentista, uma auxiliar de enfermagem, um agente de dependência química e uma auxiliar de consultório dentário. Essa equipe, além do trabalho clínico, atua na distribuição de camisinhas, na prevenção de doenças ligadas a roedores e mosquitos, nas ações de Saúde Bucal e no Programa de Atenção a Saúde do Idoso (Pasi).

A equipe da Saúde na Família utiliza também um blog, criado por Daniel Soranz, com o objetivo de facilitar a troca de informação entre os integrantes das equipes e divulgar o trabalho. O blog pode ser acessado também pelo site da ENSP. O Posto de Atendimento do PSF do Parque Oswaldo Cruz funciona de segunda à sexta, das 8h às 17h, na Rua Leopoldo Bulhões, 1480 (prédio da ENSP, térreo).

O Programa de Saúde da Família

No Brasil, o PSF começou na década de 80, a partir do trabalho de visitadores, que já prestavam assistência aos moradores em sua própria comunidade. Com o passar do tempo, essas comunidades cresceram e as equipes tiveram que se adaptar à nova realidade. As equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. Elas atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade.

Na ENSP, a partir do ano 2000, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) passaram a integrar as duas equipes do PSF existentes na época. Em 2004, com o objetivo de favorecer mudanças no modelo assistencial, criar vínculos com as famílias e realizar um atendimento longitudinal, o Centro de Saúde ampliou a Estratégia de Saúde da Família para oito equipes de atendimento. Hoje, essas equipes abrangem quase dez comunidades da região de Manguinhos e cada uma delas é composta por cerca de dez profissionais.

O Programa de Saúde na Família apresenta um número crescente de atendimentos, portanto é necessário que os usuários saibam de seus direitos e deveres ao buscar assistência nos postos. A equipe de atendimento orienta que todo morador busque primeiramente realizar o cadastro com o agente responsável pela sua região, para que haja um vínculo maior com o profissional. Esse cadastro é uma forma de organizar e melhorar o atendimento de todos. Vale lembrar que essa triagem é necessária para que a relação médico paciente seja satisfatória.

O atendimento ocorre no dia, caso o paciente esteja em risco, ou através de consulta marcada, para os pacientes considerados não doentes. Além do atendimento clínico o PSF também disponibiliza visitas domiciliares, que devem ser agendadas com o ACS responsável. De acordo com o médico Daniel Soranz, todos que tiverem dúvidas ou questionamentos devem recorrer à ouvidoria da Fiocruz e registrar sua reclamação, para que o atendimento melhore cada vez mais.

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