Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Centro de Saúde: esforço contínuo pela qualidade dos serviços

Atendimentos, obras, projetos e palestras. No Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP) é assim: tudo acontece ao mesmo tempo. Para seus quase 200 profissionais, o ano de 2007 não teve descanso e, apesar disso, progressos, melhorias e realizações continuam sendo o desejo para o novo ano que acaba de começar. Realizado em dezembro de 2006, o Seminário Interno do Centro de Saúde estabeleceu as metas que fizeram de 2007 um ano de muita efervescência, com aumento de produção em todas as áreas de atuação do Centro de Saúde. O saldo de todo esse trabalho é de aproximadamente: 78 mil visitas domiciliares realizadas pela Equipe do Programa de Saúde da Família (PSF) e pelas visitadoras sanitárias; 64 mil exames laboratoriais; 33 mil atendimentos na farmácia, com entrega de medicamentos; 14 mil imunizações; 25 mil atendimentos médicos e 15 mil atendimentos feitos por outros profissionais de nível superior (nutricionistas, psicólogos e outros). Além disso, mais de 2 mil moradores das comunidades do entorno foram beneficiados pelos projetos sociais que a ENSP desenvolve por meio do Centro de Saúde, e inúmeros trabalhos foram apresentados em congresso e cursos de especializações, mestrado e doutorado.

Segundo a chefe do Centro de Saúde, Else Gribel, esse grande movimento demanda revisões periódicas na organização do serviço assistencial. "Nós criamos frentes de trabalho com subgrupos de áreas, que foram apontadas como prioritárias dentro da lógica da atenção básica, e realizamos mais de 10 sessões científicas, que também representaram momentos de educação permanente para os seus participantes, como estratégia de apresentação, organização e construção coletiva dessas frentes de trabalho", explica. Ela destaca que todas essas ações do Centro de Saúde estão apoiadas na metodologia da Acreditação, disseminada nas unidades de atendimento da Fiocruz pela Vice-Presidência de Serviços de Referência e Ambiente. "A Acreditação é um certificado de qualidade, e, para alcançá-lo, precisamos nos adequar a alguns padrões de conformidade definidos pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) como ideais", diz Else, acrescentado: "Com isso, nós somos a primeira unidade básica pública a utilizar esse tipo de metodologia".

De acordo com a chefe do Centro de Saúde, o processo foi adotado em 2002 e, até agora, houve apenas uma avaliação educativa externa. Mais relevante que isso, segundo ela, é a participação dos profissionais do Centro na adaptação do Manual de Acreditação, adequando suas exigências às necessidades e singularidades do Brasil. Na busca por esse certificado, foram realizadas obras de melhoria nos laboratórios, na sala de esterilização, na sala de tratamento de lesões, na odontologia e no pátio interno. Além disso, foram incorporados 18 novos profissionais ao quadro do Centro de Saúde e implantado o desjejum para pacientes que realizam exames laboratoriais, uma das exigências do Manual do CBA que Else considera de grande importância: "Isso representou a recuperação da cidadania. Hoje, nós temos condições de atender, com mais qualidade e conforto, os nossos pacientes".

Aumento da interação com outros departamentos da ENSP favorece o trabalho

Entre as diversas realizações de 2007, é possível destacar: o convênio com a Secretaria Municipal de Saúde/RJ, que possibilitou a complementação das oito equipes do PSF; a aproximação com a Coordenação da Área Programática/3.1 (Cap 3.1), rediscutindo o papel do Centro de Saúde dentro da rede de atenção básica; a articulação com outros departamentos da ENSP, por meio de projetos de pesquisa e cursos realizados na Escola; o desenvolvimento e a implementação de um protocolo de prevenção de doenças cardiovasculares; o Mapa Epidemiológico de localização da tuberculose e outros agravos; e o projeto 'Comunicação Impressa nos espaços coletivos de saúde: uma estratégia de cidadania'.

Além do aumento da participação nos curso da ENSP, aumentou também a atuação do Centro de Saúde nos projetos sociais realizados pela Escola. No total, são oito cursos e seis projetos sociais - Terrapia, Programa de Atenção a Saúde do Idoso (Pasi) e o Camelô Educativo, entre outros - que contam, em alguma medida, com a colaboração do CSEGSF. Segundo Else, outra importante atuação do Centro acontece nos eventos sazonais - Fiocruz pra Você, Dia D da Dengue, Dia contra a Hipertensão, por exemplo -, quando são realizadas atividades de esclarecimento e conscientização da população atendida. "De forma lúdica, com o uso de brincadeiras e teatro, é mais fácil chegar às pessoas", destacou Else.

Segundo a chefe do departamento, também foram importante as mudanças realizadas nos processos administrativos de trabalho, como a informatização da produção assistencial - considerada, pela Vice-Presidência, fundamental para a padronização do sistema de informação das unidades assistenciais da Fiocruz e, conseqüentemente, para a armazenagem e recuperação de dados essenciais a pesquisas e ao planejamento de ações - e a adoção do Registro de Preços para a compra de medicamento, que confere agilidade, segurança na contratação, economia, redução do número de licitações e transparência aos processos. "Com isso, estamos querendo evitar a descontinuidade do fornecimento. Você faz o pedido para o ano inteiro, e a empresa entrega de acordo com as suas necessidades. Isso otimiza espaço de armazenamento, prazo de validade e o acerto na quantidade utilizada", diz Else, lembrando que todas essas ações têm o auxilio e o acompanhamento da Coordenação de Desenvolvimento Institucional e Gestão (Cedig/ENSP).

Em 2007, a aproximação do Centro de Saúde da Coordenação de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da ENSP possibilitou um salto de qualidade nessa área. Parcerias estabelecidas com outros departamentos da Escola e com outras unidades da Fiocruz resultaram em dois projetos aprovados no 'Cidades Saudáveis - Saúde, Ambiente e Desenvolvimento', da Fiocruz, e outros dois, relacionados à saúde do idoso, no Ministério da Saúde. "As parcerias com os outros departamentos da ENSP permite juntar a expertise do atendimento a áreas já consagradas pela pesquisa. Com isso, estimulamos os mestrandos e doutorandos da ENSP a realizarem seus trabalhos aqui conosco. Esse é o papel do Centro de Saúde Escola, esse é o diferencial", comenta Else, lembrando: "Em 2007, também conseguimos o nosso número no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, o que nos permite instituir o tratamento com tabagistas e dar continuidade ao projeto da Escola de ambiente 100% livre do tabaco ".

Muitos planos para 2008

A participação em um grupo de trabalho para o acompanhamento das ações do PAC Manguinhos, que vai alterar toda a lógica de organização do serviço prestado à população do entorno; um Programa de Residência Médica em parceria com a Escola de Governo em Saúde (EGS/ENSP) e a UFRJ; a implementação da Metodologia de Avaliação e Melhoria da Qualidade (AMQ) do Ministério da Saúde; e a criação do Laboratório de Qualificação Profissional para o Desenvolvimento em Recursos Humanos em Antropometria, junto com o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) são alguns dos principais projetos previstos para 2008. Além disso, o Centro de Saúde está se organizando para se tornar um Centro Colaborador das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde e também Centro de Referência da Atenção Básica para o Ministério da Saúde.

As obras também não vão parar e já estão sendo feitas no arquivo, para adequá-lo aos princípios da acreditação, e na farmácia, onde, segundo Else, será implantado um projeto construído junto com o Núcleo de Assistência Farmacêutica (Naf/DCB/ENSP), que já foi aprovado pelo CNPq e visa humanizar o atendimento na farmácia de forma diferenciada e, alguns casos, individual. "A farmácia é um dos lugares onde o profissional de saúde pode identificar alguma alteração medicamentosa, efeitos colaterais do medicamento ou necessidade na modificação do mesmo", comentou Else.

Outro projeto para 2008 é a implantação, na ENSP, da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), em parceria com o Canal Saúde e a Uerj. Essa rede, composta por mais de trinta hospitais universitários, possibilita a realização de reuniões entre os diversos profissionais participantes, o que facilita, por exemplo, a obtenção de uma 'segunda opinião', quando necessário. "O primeiro encontro da Rute está previsto para o mês de março e, depois que tudo estiver organizado, pretendemos ampliar o projeto, incluindo também o Cesteh e o Instituto de Pesquisas Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz).

De acordo com Else, apesar de o uso dos protocolos de atendimento, que começaram a ser implantados de forma mais significativa em 2007, ainda enfrentar alguma resistência entre os profissionais, ele será estendido a todas as áreas do atendimento. "Protocolar o atendimento não é engessá-lo", afirma Else, explicando: "Com o uso correto dos protocolos, o profissional não perde a autonomia no atendimento, mas pode evitar erros normais do dia-a-dia que facilitam o processo". Ainda segundo ela, alguns formulários serão revistos, atualizados e passarão por um processo de informatização, agilizando o preenchimento e o atendimento ao usuário da saúde. "Somos uma engrenagem, temos que trabalhar unidos e atentos a todas as situações que contribuam para a melhoria do atendimento e da saúde do paciente", concluiu.

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