Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Teias-Escola Manguinhos debate desafios para educação em saúde

Problematizar a reintegração das populações excluídas da escola foi um dos temas debatidos durante o último dia de atividades do seminário Pesquisa e Formação na ação: todos somos aprendizes. Com o tema Educação Territorializada em saúde: reflexões sobre as práticas educativas em territórios vulneráveis da cidade, a mesa foi coordenada por Paulo Vasconcelos Silva, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e contou com exposições do professor Felipe Eugênio dos Santos Silva, da Assessoria de Cooperação Social da ENSP, e Gracia Gondim, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). No seminário, foram debatidos ainda as práticas educativas em saúde no território de Manguinhos e os desafios da educação de jovens e adultos.

Dando início à mesa, Felipe Eugênio, coordenador do Projeto de Educação de Jovens e Adultos ( Peja Manguinhos), abordou o tema Educação de jovens e adultos: o desafio de reintegrar populações excluídas da escola. Felipe apresentou a experiência do Peja Manguinhos em Vila Turismo, exitosa há cerca de cinco anos. De acordo com o coordenador, para trabalhar a questão da educação territorializada é fundamental reconhecer as vulnerabilidades dos territórios.

Para o professor, vários fatores contribuíram para o sucesso da experiência, porém, "ao invés de apresentar um modelo de educação aos alunos de Manguinhos, mostrar que eles também podiam produzir conosco, foi um grande diferencial". Felipe destacou também a experiência dos Laboratórios de Livre Saber, realizados ao fim de cada semestre para que os estudantes apresentem suas criações.

Por fim, o coordenador ressaltou que conseguir manter a rotina, a permanência desses alunos no programa é um desafio diário, pois muitos elementos contribuem para o alto índice de evasão. Segundo ele, o processo de territorialização passa por três pontos distintos: a territorialização como metodologia dos sujeitos dos territórios; a criação do plano de aula e a construção do pensamento do momento de transmissão dos educadores.

Em seguida, a professora Gracia Gondim problematizou o tema Práticas educativas em saúde: territórios, sujeitos e ações. Segundo ela, os territórios materializam as ações da sociedade pela mediação do trabalho, ou seja, eles são produções sociais, historicamente determinadas. "Ao se pensar a formação na ação, necessariamente reflete-se sobre a distribuição desigual da riqueza material, na sociedade capitalista, dessa forma, em uma perspectiva emancipatória e humanizadora, o aprendizado dos direitos pode ser destacado como uma dimensão educativa", declarou.

Gracia traçou um breve panorama da educação básica no Brasil apresentando o número de alunos matriculados nos anos de 2008 e 2009 na educação infantil, creche, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio, educação profissional, educação de jovens e adultos e educação especial. A professora apontou ainda para a formação humana politécnica.

Segundo ela, "a educação como projeto de sociedade entende que o trabalhador se educa no conflito e na contradição, e a aquisição, pela classe trabalhadora, dos saberes elaborados pela humanidade serve de instrumento para a luta contra a divisão social do trabalho e a dominação".

Concluindo, Gracia destacou alguns desafios para elaboração de uma nova proposta pedagógica de ensino, entre eles: mudar a cultura institucional - saúde e educação; dar continuidade aos projetos em curso; enfrentar as relações de poder nos territórios; compartilhar conhecimento; trabalhar a partir do território, das demandas reais das comunidades; inverter a lógica do planejamento e incorporar novos atores na formulação e desenvolvimento de projetos.

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