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ENSP recebe mais duas alunas para intercâmbio no Centro de Saúde
Pelo terceiro ano consecutivo, a ENSP, por intermédio do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSGSF), recebe discentes do Departamento de Saúde Internacional da Escola de Enfermagem e Estudos em Saúde da Georgetown University, em projeto de intercâmbio de cooperação interinstitucional. As alunas Sierra Jansen e Swathi Iyengar estão no Brasil desde setembro com as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), do Centro de Saúde Escola, para aprofundarem seus estudos e vivenciar o sistema de saúde brasileiro. Ao fim do intercâmbio, em dezembro, elas apresentarão trabalhos sobre cuidado pré-natal e medicamentos antirretrovirais.
Desde que chegaram ao Brasil, Sierra e Swathi já conheceram alguns serviços do CSEGSF, como a Terapia Comunitária - uma reunião em grupo com a finalidade de aliviar o sofrimento, aumentar a autoestima e formar redes sociais solidárias -, além de compor a equipe de Programa de Saúde da Família (PSF) Monsenhor Brito. De acordo com Else Gribel, coordenadora do intercâmbio, a inserção das alunas nas equipes de saúde da família proporciona o acompanhamento e a vivência de práticas que envolvem vários profissionais, como agentes, técnicos, enfermeiros, médicos e etc.
A aluna Sierra Jansen afirmou que tinha uma visão muito diferente do sistema de saúde brasileiro. "Não conhecia o funcionamento do sistema dentro de uma comunidade, além de também nunca visitado uma comunidade. É tudo muito diferente do que vemos na TV, jornal, revista". Swathi ressaltou que o que mais chamou a atenção foi a forma como são organizadas as ofertas de serviço em um país em desenvolvimento como o Brasil. Além disso, explicou que já participou de programas de atenção básica, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, e pretende também conhecer a cultura brasileira.
Para o trabalho de conclusão de curso (TCC), a futura médica Sierra Jansen e a futura advogada Swathi Iyengar pretendem realizar pesquisas sobre cuidado pré-natal dentro do PSF e análise social do custo de medicamentos antirretrovirais, respectivamente. Segundo Sierra, seu objetivo é comparar a assistência pré-natal do especialista ginecobstetra com a do profissional de saúde da família, no nível da atenção básica. O título da pesquisa ainda não está definido.
Swathi pretende trabalhar o tema da política de Aids brasileira. "De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existiam, no Brasil, no ano 2000, 2 milhões de soropositivos; atualmente, são 180 mil, o que comprova o sucesso da política de Aids neste país, que investiu na prevenção", citou. Segundo a aluna, seu trabalho, que provavelmente receberá o título de É barato, mas custa caro, pretende analisar o custo social, de cidadania, e não apenas o financeiro de medicamentos antirretrovirais.
Georgetown University realizada simpósio sobre as pesquisas no Brasil
A coordenadora do programa, Else Gribel, falou também sua participação no simpósio realizado pela Georgetown University. Segundo ela, a universidade realiza intercâmbio com diversos países no mundo. "O simpósio foi realizado com os orientadores para pactuar e avaliar o intercâmbio que é feito com todos os países e, principalmente, para padronizar as experiências, que, por sua vez, são muito individuais. Além disso, a universidade pretende focar mais na questão da pesquisa".
Else informou também que o intercâmbio não é fechado e faz o acompanhamento e a construção de uma agenda que consiga compatibilizar a proposta e o objetivo do programa com o interesse específico dos alunos. Para isso, as alunas recebem um acompanhamento diário de Lindalva Guerra Brás, também do Centro de Saúde Escola, e contam ainda com a orientação do professor da ENSP André Pereira, que orienta a metodologia da pesquisa e acompanha a formatação do trabalho final.
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