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Seminário destaca conceito de antropologia da alimentação

"A alimentação é algo que dá prazer, é sustentável e cria pontes", destacou a professora Maria Eunice Maciel, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no III Simpósio em Alimentação e Cultura, que está sendo realizado na ENSP, em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação (16/10). No primeiro dia de atividades, Maria Eunice falou sobre O conceito de cultura: a alimentação como interesse etnográfico, enfatizando a antropologia da alimentação.

As atividades do simpósio foram iniciadas pela coordenadora da Rede Interinstitucional de Alimentação e Cultura e pesquisadora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva, que destacou a relação do alimento com a vida humana. Segundo ela, é fundamental ampliar os aspectos biológicos, culturais e simbólicos da alimentação. Em seguida, o vice-diretor da Escola de Governo em Saúde, Marcelo Rasga, falou sobre a importância do debate sobre dois temas fundamentais da saúde: a alimentação e a cultura.

Segundo a professora Maria Eunice Maciel, o conceito de cultura está ligado ao modo de vida de um povo ou nação, constituindo e expressando a sua forma de sentir, pensar e agir. Assim, seriam encontradas indicações em todas as práticas sociais. Entre elas, estão as de sobrevivência material (produção, circulação, troca e consumo de bens e serviços); sobrevivência política (formas de organização e associação para obter e assegurar direitos ou o poder); e sobrevivência simbólica (formas de expressão e/ou representação, manifestações artísticas, religiosas, filosóficas, folclóricas).

Em seguida, a professora falou sobre o conceito de antropologia da alimentação, fazendo uma junção entre as ciências biológicas e humanas e afirmando a necessidade de diálogo entre os dois campos. "A alimentação humana tem características muito particulares, e seu estudo interessa a uma gama muito variada de pesquisadores, com os mais diversos enfoques e princípios e metodologias diferentes", comentou.

De acordo com a especialista, para sobreviver, o ser humano precisa de alimento, mas, ao se alimentar, atribui significado ao que come. Os alimentos escolhidos não cumprem apenas uma função biológica, mas também uma função cultural/social. A professora explicou ainda que "alguns autores colocam a especificidade do ato alimentar humano pelo fato de ser um ato culinário, o qual seria próprio da espécie humana, envolvendo combinações, misturas e cozimento.

A professora também destacou as classificações e subdivisões dos alimentos. Segundo ela, para a antropologia, a alimentação não é apenas o alimento, mas também a maneira de se alimentar, o significado que este alimento tem para quem o ingere, o seu sentido social. "A alimentação traz em si um componente da identidade, tanto individual quanto coletivo. Ela constrói o indivíduo e a comunidade, assim como é construída por ela.

Por fim, a professora ressaltou que a alimentação não se trata apenas de uma questão de hábito ou costume alimentar. "Com as transformações decorrentes da vida moderna, alguns hábitos podem mudar, os costumes podem ser alterados, mas determinados pratos podem ficar na memória como emblemas, marcadores de uma identidade. Um signo através do qual as pessoas possam se reconhecer e serem reconhecidas", concluiu.

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