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Centro de Saúde debate modelo assistencial para Manguinhos
Com a reorganização do modelo assistencial em saúde em Manguinhos, profissionais do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP) se reuniram, na quinta-feira (1/7), no Seminário Novos Rumos do CSEGSF para apresentar dúvidas e perspectivas sobre a nova estrutura de atendimento local. Por meio do projeto Teias-Escola Manguinhos, o Centro de Saúde Escola passa a coordenar as ações de saúde para a comunidade, que conta com 50 mil moradores. A UPA 24 horas e a Clínica da Família Victor Valla juntam-se aos trabalhos.
O seminário foi dividido em duas etapas. A primeira, com exposições da chefe do Centro de Saúde Escola, Else Griebel, sobre o projeto Teias-Escola Manguinhos, seguida da apresentação da coordenadora de cuidados do CSEGSF, Emília Correia, que trouxe os resultados da pesquisa 'Que Tal Se', realizada com profissionais do Centro de Saúde Escola. Participaram ainda dessa primeira parte o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, o diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, e o ex-presidente da Fundação e pesquisador da Escola Paulo Buss. Com base na pesquisa apresentada, a segunda etapa do seminário dividiu os quase cem profissionais em quatro grupos de trabalho - gestão e estrutura, desenho tecno-assistencial, processo de trabalho ensino/pesquisa - para apresentarem propostas de melhoria da gestão e organização do centro.
Else Griebel explicou que o Centro de Saúde tem por tradição acompanhar as políticas públicas de saúde e que, atualmente, é fundamental a unidade repensar seu papel na atenção primária em saúde em Manguinhos, sem perder o foco da missão da Fiocruz, que alia ensino, pesquisa e assistência. Uma das preocupações que nortearam os debates foi a possibilidade de o Centro de Saúde deixar de atuar como assistência em saúde, mudando suas ações para ensino e pesquisa apenas. As exposições de Else Griebel e Emília Correia mostraram que não é esse o objeto do Centro.
Em seus mais de quarenta anos de existência, o Centro de Saúde Escola sempre se manteve alinhado em atender às necessidades da população, ao mesmo tempo em que não deixava de promover ensino e pesquisa. Na última década, o departamento da ENSP passou por um movimento de encontro à sociedade, evoluindo de uma unidade sanitária do modelo vigente, nas décadas de 70 e 80, para um modelo mais expansivo, com conceitos e práticas de promoção da saúde, ampliando o controle social e provendo o empoderamento da população. O que acontece agora, com essa inserção ao projeto Teias-Escola Manguinhos, é que o Centro de Saúde Escola alinha-se no mais avançado conceito de atenção à saúde existente no país.
Ao coordenar a política sanitária de Manguinhos, o Centro de Saúde Escola torna-se uma referência no âmbito nacional, uma vez que a ENSP/Fiocruz atende ao chamado das secretarias estadual e municipal de saúde do Rio de Janeiro com o objetivo de transformar a região em um território de atenção à saúde integrada, transformador das práticas da atenção, e também em um espaço de inovação das práticas de ensino e de geração de conhecimento científico e tecnológico que se traduzam em melhorias da condição atual de saúde e vida da população. Para promover todo esse cuidado, o Centro de Saúde Escola conta com 11 equipes de saúde da família, que, até o final do ano, chegará a 16 e cobrirá 100% da região, além da UPA Manguinhos e de duas clínicas da família. Uma - Victor Valla -, já em funcionamento, e outra a ser aberta ainda em 2010 na Vila Turismo, cuja construção está aliada as obras do PAC-Manguinhos.
Para o diretor Antônio Ivo, o grupo participante do seminário conseguiu se aproximar da compreensão e interlocução com o projeto Teias - Escola Manguinhos. "Não estamos aqui para pensar um novo Centro de Saúde Escola, e sim pensar um sistema de saúde, que está sendo construído na comunidade, que não seja apenas assistencial e traga mudanças para a população em todos as áreas, e não apenas na saúde", explicou. Ao trabalhar a política de saúde de Manguinhos, o Centro de Saúde Escola passa a ter acesso a novos recursos, parcerias e ao poder delegado pelo gestor municipal de cuidar e aplicar o que a ENSP tem ensinado e produzido ao longo de sua trajetória.
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