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Novas equipes de Saúde da Família integram Teias-Escola Manguinhos

O professor da Unicamp Gastão Wagner Campos destacou, durante sua conferência na ENSP, na segunda-feira (12/4), a importância da criação de vínculos entre profissionais de atenção básica em saúde e os moradores do território onde trabalham. A palestra fez parte da solenidade de acolhimento das novas equipes de Saúde da Família que trabalharão na Clínica da Família Victor Valla, que integra a iniciativa Teias - Escola Manguinhos, coordenada pela ENSP. A região conta agora com 11 equipes de Saúde da Família, que farão o atendimento, tanto na clínica, quanto no Centro de Saúde Escola da ENSP, dos mais de 60 mil moradores de Manguinhos.

Participaram da solenidade o diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel, a superintendente de Atenção Básica, Educação, Saúde e Gestão Participativa da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do RJ, Mônica Almeida, a subsecretária geral da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do RJ, Anamaria Schneider, a coordenadora da iniciativa Teias - Escola Manguinhos e pesquisadora da ENSP, Elyne Engstron, e o professor da Unicamp Gastão Wagner Campos.

Ao todo, a ENSP passa a contar com 11 equipes de Saúde da Família. Cinco delas trabalham na Clínica da Família Victor Valla - localizada na Av. Dom Hélder Câmara 1.390, em anexo à UPA Manguinhos, funcionando das 7 às 17 horas - e outras seis no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (Csegsf/ENSP/Fiocruz). Até julho, outras cinco equipes serão agregadas a essa iniciativa. A esposa do pesquisador da ENSP/Fiocruz Victor Valla, falecido em setembro de 2009, Kita Eitler, esteve no evento acompanhada pela filha Daniela Valla para participar da homenagem ao pesquisador.

Elyne Engstron lembrou da trajetória da iniciativa Teias - Escola Manguinhos, iniciada em fevereiro de 2009, fruto de uma parceria com as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, que gerou um projeto institucional com ações de promoção da saúde e gestão participativa voltado para a comunidade de Manguinhos. Para a representante da Secretaria Municipal de Saúde, Anamaria Schneider, a parceria com a Escola confirma a solidificação da atenção básica como política ordenadora da saúde no Rio de Janeiro.

A Secretaria Estadual de Saúde, representada por Mônica Almeida, lembrou que apenas 25% do Estado do Rio de Janeiro usufruem da Saúde da Família, e o estado trabalha cada vez mais para expandir essa estratégia em todos os municípios. Para o vice-presidente da Fiocruz, Valcler Rangel, o Teias - Escola Manguinhos é uma oportunidade de ofertar iniciativas no enfrentamento dos desafios da saúde no plano urbano, trabalhando a integralidade, a promoção da saúde e a sustentabilidade ambiental do território.

Encerrando a solenidade, antes da palestra de Gastão Wagner Campos, o diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, informou que o Teias - Escola Manguinhos não é um empreendimento apenas para criar uma nova unidade de saúde, mas sim contribuir para diminuir o sofrimento e o risco da dor de todos aqueles que forem atendidos, construindo uma nova maneira na relação entre os profissionais de saúde e a população, fazendo com que a comunidade seja autoconstrutora da sua saúde.

Desafio do Teias é promover ações de intersetorialidade e trabalho em rede

O professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Gastão Wagner Campos iniciou sua apresentação lembrando que, a partir de agora, a ENSP/Fiocruz "tem um pedaço do SUS", uma vez que tem participação ativa na gestão em saúde na região de Manguinhos por meio da iniciativa Teias, o que classificou como algo muito parecido com a experiência desenvolvida por Sergio Arouca, na década de 70, na Unicamp, e que prossegue até hoje em Campinas, envolvendo ensino, pesquisa e assistência.

Para o pesquisador, dois pontos são relevantes nesse projeto. O primeiro é fazer com que a ENSP amplie a tradição que já existe no Centro de Saúde Escola pensando na formação de redes e de ações intersetoriais como forma de desenvolver melhor o Teias em Manguinhos, sempre visando melhorar a qualidade de vida e saúde dos moradores.

Além disso, essa iniciativa pode colaborar com a pesquisa na Escola, já que um novo espaço de atuação é aberto para que sejam desenvolvidos trabalhos em temas como violência, depressão, doenças negligenciadas, entre outros. A outra questão é com relação ao modelo de contrato dos profissionais das equipes de Saúde da Família. Gastão Wagner diz que a utilização de Organizações Sociais (OS) fragmenta ainda mais o SUS, mas, se esse é o modelo adequado no momento, que seja a ENSP/Fiocruz responsável por sua sustentabilidade.

Gastão Wagner informa que um dos desafios da Estratégia Saúde da Família é o impasse existente no Sistema Único de Saúde em integrar os hospitais com a rede de atenção. Segundo Gastão, a atenção básica em saúde tem de promover uma alta cobertura, dar acesso a exames e criar protocolos para o uso de medicação, processos que o Brasil tem muito a desenvolver. "Para todo esse processo dar certo, depende-se da construção de blocos políticos e estratégias de gestão participativa. Para obtermos essa gestão, precisamos de espaços coletivos envolvendo os profissionais e a população. Portanto, é fundamental conhecer os usuários do sistema e viver o seu cotidiano", concluiu.

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