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Centro de Saúde realiza Semana de Prevenção da Tuberculose

Quase três décadas após o lançamento do Dia Mundial da Tuberculose, realizado em 24 de março, o número de casos da doença continua aumentando no mundo. No Brasil acontece o inverso. Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, deu a boa notícia: o país melhorou sua posição na lista das 22 nações que concentram 80% dos casos da doença no mundo, passando da 18ª para 19ª. Engajada nessa luta, a ENSP, por meio do Centro de Saúde Escola, está realizando até o dia 26 de março a Semana de Prevenção à Tuberculose, voltada para pacientes e familiares, moradores do Complexo de Manguinhos.

De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan/MS), são notificados anualmente 85 mil casos novos, que correspondem a um coeficiente de incidência de 47 por pessoas infectadas por 100 mil habitantes no Brasil. Além disso, são verificados cerca de 6 mil óbitos por ano em decorrência da doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 25% dos casos da tuberculose não podem ser tratados com o esquema terapêutico convencional, pois apresentam a forma multirresistente.

Além do preconceito, áreas de grande concentração humana com precários serviços de infraestrutura urbana, como saneamento e habitação favorecem o estabelecimento e a proliferação da doença. Por ser difícil e demorado, muitos pacientes acabam abandonando o tratamento e tornando, assim, a bactéria resistente ao medicamento utilizado.

A implantação da Estratégia do Tratamento Supervisionado (DOTS) foi formalmente oficializado pelo Ministério da Saúde em 1999 por intermédio do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT). Esta estratégia continua sendo uma das prioridades para que o PNCT atinja a meta de curar 85% dos doentes, diminuindo a taxa de abandono, evitando o surgimento de bacilos resistentes e possibilitando um efetivo controle da tuberculose no país. Além da adoção da estratégia do tratamento supervisionado, o PNCT brasileiro reconhece a importância de horizontalizar o combate à TB, para tanto integrou o controle da TB com a atenção básica, incluindo o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e o Estratégia de Saúde da Família (ESF) para garantir a efetiva ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento.

A tuberculose em Manguinhos

Durante a semana de 22/03 a 26/03, o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da ENSP (CSEGSF) está fazendo uma grande campanha com os usuários que frequentam o local utilizando o Projeto Camelô Educativo para divulgar informações sobre os sintomas da doença, as formas de transmissão e contágio, o esquema de tratamento da tuberculose e também as formas de cuidado com a família, a casa e o ambiente em que vivem. Além disso, na quinta-feira (25/03) o Teatro Dentro da Vida da Estratégia de Saúde da Família de Manguinhos vai apresentar uma peça que aborda o tema da Tuberculose mostrando situações cotidianas na sala de espera do CSEGSF.

Segundo a médica Celina Boga, foi observado um aumento progressivo da incidência da tuberculose em Manguinhos. "De 2006 a 2009 foi constatada uma média anual de nove casos por ano. E apenas em fevereiro de 2010 já notificamos 13 novos casos aqui na região. Por conta disso, estamos adotando uma postura mais pró-ativa, com uma maior disseminação de informações e esclarecimentos para essas pessoas.

ENSP contra a Tuberculose

Por determinação do Ministério da Saúde, o Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF) passou a fazer parte da estrutura da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). O CRPHF é a instituição nacional de referência do SUS para tuberculose e outras pneumopatias, destacando-se como órgão de apoio às ações nacionais em saúde pública. A integração à ENSP e a criação de parcerias com outras unidades da Fiocruz possibilitou a ampliação da capacidade técnico-científica do Centro e seu desenvolvimento acadêmico.

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A tuberculose no mundo

Algumas evidências científicas apontam que a tuberculose existe desde os tempos pré-históricos. Foram encontrados esqueletos de múmias do antigo Egito (3000 a.C.) e, mais recentemente, uma múmia pré-colombiana no Peru com sinais da doença. Várias tentativas de tratamento foram feitas, desde a ingestão de preparados exóticos até a utilização de sangrias e a indução de vômitos. Alguns pacientes eram proibidos até mesmo de falar ou rir e ficavam deitados sem poder se movimentar. O mais comum deles se tornou a mudança de clima: os pacientes se deslocavam para regiões litorâneas ou montanhosas para se tratar e aqueles que não tinham forças para a viagem passavam a dormir com travesseiros de folhas de pinheiro ou colocar algas marinhas debaixo da cama.

No final do Século 19, pacientes abastados recebiam cuidados em sanatórios que eram como pousadas nas montanhas. Ao longo do tempo, esses lugares passaram a ser usados para isolamento dos doentes, tornando-se centros de tratamento para pessoas de qualquer classe social. A maior dificuldade encontrada pelos médicos era firmar o diagnóstico da doença antes que ela provocasse a falha dos pulmões e dos ossos.

Esse diagnóstico só foi possível a partir de 1824, após a invenção do estetoscópio. Em 1882, o famoso bacteriologista inglês Robert Koch identificou o agente causador da enfermidade, a bactéria Mycobacterium tuberculosis, também chamada de Bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor. A invenção do raio X, no final do Século 19, permitiu a produção (visualização) das imagens das partes internas do corpo, facilitando o diagnóstico da tuberculose.

Em 1908, os cientistas Albert Calmette e Camille Guérin conseguiram isolar uma cepa do bacilo da tuberculose para produzir culturas vivas atenuadas a serem usadas como vacina. A cepa recebeu o nome de Bacilo Calmette-Guérin, de onde surgiu o nome "BCG". Foi aplicada pela primeira vez em crianças em 1921. Somente em 1944 foi inventado o primeiro antibiótico, a estreptomicina, produzida a partir da garganta de uma galinha. Entretanto, sem o apoio ao tratamento e o contato entre doentes, surgiram bactérias resistentes ao medicamento. Para contornar o problema, desenvolveu-se um coquetel com quatro antibióticos.

O Dia Mundial da TB foi lançado, em 1982, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra TB e Doenças Pulmonares (International Union Agaist TB and Lung Disease - IUATLD). A data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose. Este foi um grande passo na luta pelo controle e eliminação da doença que, na época, vitimou grande parcela da população mundial e hoje persiste com 1/3 da população mundial infectada: 8 milhões de doentes e 3 milhões de mortes anuais.

O Dia Mundial de Combate à Tuberculose é uma ocasião de mobilização mundial, nacional, estadual e local buscando envolver todos as esferas de governo e setores da sociedade na luta conta esta enfermidade. No Brasil, a Portaria GM/MS Nº 2181, de 21 de novembro de 2001 transformou esta data no início da Semana Nacional de Mobilização e Combate à Tuberculose que vai até o dia 28 de Março. O dia 17 de Novembro também é referenciado para TB como data de mobilização nacional, estadual e local.

O StopTB é um movimento global, conduzido pela OMS junto com outros organismos internacionais, para acelerar, social e politicamente as ações de controle da tuberculose no mundo. Tem sua principal ênfase na expansão da adoção da estratégia do Tratamento Supervisionado (DOTS) única estratégia comprovadamente eficaz para o controle da doença. O objetivo destas ações é conseguir alcançar a detecção de 70% e cura de 85% dos casos de TB. E em 2020, evitar 25 milhões de mortes de tuberculose e prevenir 50 milhões de casos. Além disso, diminuir a incidência para um caso por cada um milhão de habitantes, eliminando a doença como problema de saúde pública.

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