Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

Notícias

Notícias

Fiocruz inclui exposição ocupacional e hanseníase em campanha contra câncer de pele

Dados do Instituto Nacional do Câncer mostram que mais de 100 mil novos casos de câncer de pele surgem todos os anos no Brasil. Cada vez mais preocupados com o grande aumento desses números, no sábado (5/12), profissionais de todo o Brasil se mobilizarão para a realização da Campanha Nacional contra o Câncer de Pele. Pelo nono ano consecutivo, a Fiocruz adota a causa e traz novidades. Além da prevenção à hanseníase, este ano também foi incorporado o alerta para a exposição ocupacional ao sol. Durante todo o dia, de 8h às 16h, acontecerão ações de sensibilização e atendimento gratuito e encaminhamento para hospitais de referência da região. Na Fiocruz, o ponto central de atendimento da campanha será o Ambulatório Souza Araújo, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), no campus de Manguinhos, no Rio.

Esta campanha nacional, realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) há 11 anos, tem como objetivo sensibilizar e educar a população sobre os perigos da exposição excessiva ao sol. Como nos outros anos, na Fiocruz, cerca de 50 profissionais se mobilizarão para dar palestras, atender, das diagnósticos, fazer encaminhamentos e realizar cerca de 30 biópsias. Apenas nos casos em que a biópsia não for suficiente para retirar a lesão integralmente, os pacientes serão encaminhados para o Hospital Geral de Bonsucesso, referência em câncer de pele.

De acordo com o dermatologista Ziadir Francisco Coutinho, do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da ENSP, estimativas do Inca para 2009 apontam para 500 mil novos casos; desses, 25% são de câncer de pele, o que representa 120 mil casos. "Desse total, 70% são do carcinoma basocelular, que é o mais comum. E são, em sua maioria completamente tratáveis quando diagnosticados precocemente. Outros 25% são de casos de carcinoma espinocelular. Geralmente não levam a óbito, mas causam lesões deformantes, principalmente com a retirada tardia. Eles surgem principalmente em áreas como mãos, braços e rostos, que são as mais expostas. A menor porcentagem é do tipo melanoma. Esse é uma câncer bastante agressivo, com metástase que leva ao óbito", explicou Ziadir.

Ziadir ressaltou ainda que o país sofre com subregistro de casos. Segundo o dermatologista, isso atrapalha a elaboração de novas políticas. "O sol tem efeito cumulativo no organismo. Por isso, é preciso alertar para o fato de que as pessoas com mais de 40 anos tem uma taxa maior de incidência e precisam, de forma rotineira, realizar um autoexame em busca de lesões nodulares ou caroços na pele", disse, destacando que este ano o Brasil conseguiu uma vitória na luta contra o câncer de pele com a proibição do uso e importação das câmaras de bronzeamento artificial.

A população deve ficar atenta a pequenos machucados que não saram, sangram, que formam casquinha, mas normalmente voltam a ser feridas. E também sinais pigmentados, que mudam de cor, coçam ou aumentaram de tamanho de forma desproporcional, principalmente nas áreas exposta ao sol.

Durante a semana, aconteceram palestras para os participantes do Curso de Agentes Comunitários de Saúde da Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e também os integrantes do Programa de Atenção a Saúde do Idoso do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (Pasi/CSEGSF/ENSP).

Hanseníase e exposição ocupacional ao sol: antigas e novas questões que merecem atenção!

"A Hanseníase é uma doença bastante antiga, mas nunca foi erradicada no Brasil, principalmente devido ao estigma e preconceito da população. Por isso, a melhor forma de prevenção é a informação", afirmou o dermatologista do Ambulatório Souza Araújo José Augusto Nery. "A ideia de incluir a hanseníase nesta campanha foi devido ao grande número de casos que encontramos nos atendimentos feitos, principalmente à população de Manguinhos. Esta PE uma doença silenciosa que está se espalhando no país e no mundo. Nós não conseguimos diminuir os números de casos novos. A América Latina concentra 98% de todos os casos. Além disso, o Brasil é o segundo lugar no ranking mundial, perdendo apenas para a Índia", afirmou ele.

A hanseníase é transmitida pelo ar e sua contaminação se dá por meio das vias respiratórias. José Augusto afirmou que sensível aos sinais e sintomas e com informações adequadas, um especialista é capaz de fazer um diagnóstico rápido e, conseqüentemente, iniciar de imediato o tratamento com o paciente. Ele lembrou ainda que o Ambulatório Souza Araújo (Asa/IOC) é um centro de referência no tratamento da hanseníase formado por uma equipe de profissionais altamente qualificados e está preparado para receber moradores de toda a cidade do Rio de Janeiro. A principal característica da hanseníase são manchas brancas ou avermelhadas, que apresentam alterações de cor e de sensibilidade. Além disso, a sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades do corpo, como mãos, pés e cotovelos também não alguns dos sintomas.

Este ano, o Serviço de Dermatologia Ocupacional do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) também abraçou a campanha introduzindo a questão da exposição ocupacional ao sol. A dermatologista chefe do serviço e também coordenadora da campanha de 2009 na ENSP, Maria das Graças Mota Melo, destacou que, diariamente, muitos trabalhadores se expõem ao sol, como garis, trabalhadores da construção civil, jardineiros, agentes comunitários de saúde e outros. "O sol tem efeito cumulativo no organismo e essa exposição exacerbada traz muitos problemas. É preciso atenção na prevenção cotidiana", comentou.

Os três profissionais, Maria das Graças, Ziadir Francisco e José Augusto, estão trabalhando duro para o sucesso desta campanha. Graça contou que, ao realizar pesquisas no Cesteh/ENSP com trabalhadores sobre exposição a agrotóxicos e alergias cutâneas a produtos químicos, constatou ser normal achar na pele desses trabalhadores sinais de exposição solar recente. "A grande exposição por causa da atividade exercida não tem a devida atenção. Muitos trabalhadores e empresas ainda não estão sensíveis a este grave problema. Queremos alertar e sensibilizar essas pessoas", enfatizou Maria das Graças.

Em todo o país, 23 estados adoram a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. Diversos profissionais se mobilizarão para, gratuitamente, prestar atendimento e encaminhamento para o tratamento dos casos de câncer detectados em todo o país.

Como fazer o autoexame da pele?

1) Em frente a um espelho, com os braços levantados, examine seu corpo de frente, de costas e os lados direito e esquerdo;
2) Dobre os cotovelos e observe cuidadosamente as mãos, antebraços, braços e axilas;
3) Examine as partes da frente, detrás e dos lados das pernas, além da região genital;
4) Sentado, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim como entre os dedos;
5) Com o auxílio de um espelho de mão e de uma escova ou secador, examine o couro cabeludo, pescoço e orelhas;
6) Finalmente, ainda com auxílio do espelho de mão, examine as costas e as nádegas.

Orientações para a prevenção do câncer de pele

1) Use protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados e chuvosos;
2) Evite exposição solar;
3) Examine regularmente sua pele em busca de ferida que não cicatriza ou sinal que está crescendo ou mudando de cor;
4) Procure um serviço de dermatologia ao encontrar alterações suspeitas na pele.

Dicas especialmente voltadas para a exposição ocupacional

1) Use protetor solar diariamente;
2) Além do filtro solar, fazem parte da proteção chapéus de abas largas, camisas de mangas compridas, calças e óculos escuros;
3) Procure lugares com sombra sempre que possível;
4) Se possível, evite trabalhar exposto ao sol sem proteção adequada, principalmente nos horários mais quentes do dia (entre 10h e 16h);
5) Evite exposição ao sol quando não estiver trabalhando;
6) Procure um serviço de dermatologia ao encontrar alterações suspeitas na pele.

voltar voltar

pesquisa

Calendário

Nenhum agendamento para hoje

ver todos