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Nanotecnologia: nova plataforma tecnológica de possibilidades

Fazer uma grande mapeamento do atual panorama mundial da aplicação nanotecnológia em alimentos e biocombustíveis e propor novas diretrizes para a discussão de marcos regulatórios na área é o objetivo do projeto 'Nanotecnologias aplicadas aos alimentos e aos biocombustíveis: reconhecendo os elementos essenciais ao desenvolvimento de indicadores de risco e de marcos regulatórios que resguardem a saúde e o ambiente', que está sendo desenvolvido na ENSP, com a coordenação do pesquisador do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), William Waissmann. Este projeto foi aprovado no Edital Rede Nanobiotec - Brasil de 2008, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

De acordo com Waissmann, a nanotecnologia se refere às tecnologias que envolvem a manipulação de matéria na escala nanométrica. A nanotecnologia é uma nova plataforma tecnológica de possibilidades industriais. "Quando falamos de nanotecnologia, não falamos apenas de uma técnica, mas de diversas técnicas, materiais e possibilidades diferentes de uso. O que têm em comum é a escala, a funcionalidade em nanoescala. Durante a vida, o ser humano está exposto a diversas nanopartículas e nanomateriais que estão no meio ambiente. Em um incêndio florestal, por exemplo, são produzidos materiais em diferentes medidas, inclusive em nanômetros. "O foco do estudo é o potencial de risco a trabalhadores e a população geral de nanomateriais e nanopartículas presentes nos processos nanotecnológicos envolvidos na produção de alimentos e biocombustíveis, inclusive em embalagens e cápsulas", explicou o pesquisador.

Durante o desenvolvimento do projeto, que terá duração de cinco anos, serão feitas revisões anuais técnicas, patentárias e jurídicas sobre o tema. Além disso, estão previstas análises de posições, idéias e conhecimentos de pesquisadores, legisladores, reguladores, juristas, trabalhadores, empresários ligados à produção/importação e exportação e pessoal de órgãos de fomento científico e tecnológico quanto a riscos, vantagens, desvantagens, suficiências e deficiências regulatórias e éticas existentes no processo de desenvolvimento de nanotecnologias.

O desenvolvimento de ambientes em rede que facilitem a interação entre grupos interessados no tema é também um dos objetivos, do mesmo modo que a criação de meios de divulgação e informação sobre nanotecnologia e os potenciais riscos para a população em geral e também os trabalhadores envolvidos na produção de alimentos e de biocombustíveis.

De acordo com Waissmann, existe hoje uma possibilidade muito grande de presença da nanotecnologia em diversas frentes, como agricultura, processamento e empacotamento de alimentos, produção de suplementos alimentares e outros. "E pouco se conhece sobre a toxidade desses processos. Uma mesma substância pode ter toxicidade diferente dependendo da escala em que esteja. A absorção delas pelo organismo e os riscos que podem causar também podem ser diferentes".

Este é um projeto multicêntrico, que está sendo desenvolvido conjuntamente com dois outros projetos menores, que também são coordenados por Waissmann e abordam a nanotecnologia de alimentos. Eles têm a parceria de outras instituições, como a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), a Escola de Saúde Pública do Mato Grosso do Sul, a Universidade Federal de Sergipe, a Fundacentro e o Instituto Djalma Batista, de Manaus.

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