Saúde do trabalhador: busca por acreditação fortalece serviços
Com o objetivo de organizar os processos de trabalho e, assim, melhorar a qualidade da assistência, o Centro de Estudo em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da ENSP está passando por um processo de Acreditação. A ideia é adequar o departamento a padrões de conformidade ideais definidos pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA). Pensando nisso, até o dia 29 de junho, o Cesteh está promovendo um workshop com seus trabalhadores para debater a elaboração e a construção de Procedimentos Operacionais Padrão.
O workshop, que teve início nesta quarta-feira (24/06), tem como objetivo mobilizar serviços e trabalhadores do Cesteh para elaborar procedimentos padrões necessários à obtenção da certificação de uma acreditação internacional. No primeiro dia, foram realizadas apresentações sobre a acreditação, sua importância, processo de construção e elaboração. Além disso, o Cesteh recebeu uma equipe do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, outro departamento da ENSP, que falou sobre a sua experiência no processo de acreditação. Nos próximos dias, os trabalhadores serão divididos em grupos para elaborar Procedimentos Operacionais Padrão (POPs). Na segunda-feira (29/06), o encontro será encerrado com uma reunião de apresentação dos resultados desse trabalho.
Para Marcos Menezes, representante do chefe do Cesteh/ENSP, Hermano de Castro, a acreditação é um ponto central nas nossas discussões de processos de trabalho. "Há dois anos, adotamos essa iniciativa e desde então todos os trabalhadores estão discutindo internamente e estudando o manual de acreditação. Esse processo é fundamental para a organização do nosso processo de trabalho e a melhoria do atendimento à população. Assim, também alcançamos o nosso produto final, que é a saúde pública e a melhoria da qualidade de vida. Esse processo está integrado a um conjunto de ações que promovem melhoria nos nossos serviços. E para a perspectiva de saúde do trabalhador essa integração é fundamental, pois favorece, organiza e otimiza o trabalho", analisou ele.
A metodologia da Acreditação está sendo aplicada em todas as unidades de atendimento da Fiocruz. Este processo faz parte de uma iniciativa da antiga Vice-Presidência de Serviços de Referência e Ambiente, hoje Vice-Presidência de Ambiente e Promoção à Saúde, coordenada por Valcler Rangel Fernandes. De acordo com Antonio Sergio Almeida Fonseca, pesquisador do Cesteh e coordenador do processo de acreditação no departamento, desde que a Fiocruz começou a buscar o certificado de acreditação foi estabelecida a meta de certificar os nove estabelecimentos de referência da instituição. Ele lembrou ainda que até 2010, "quando acaba o convênio entre o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), o Hospital Samaritano de São Paulo e a Fiocruz, esperamos conseguir ter três ou quatro unidade certificadas e já deixar as outras em um estágio bem avançado. Essa é uma das condições para a renovação do convênio".
Antonio Sergio lembrou que a acreditação é um processo permanente de melhoria e busca por qualidade. "A primeira avaliação feita no Cesteh aconteceu no final do mês de abril e revelou que um dos pontos fracos é a documentação dos processos. "Percebemos a ausência de documentação nesta área. Existe a cultura de executar esses processos, mas não de documentá-los, passar de fato para o papel", disse ele, ressaltando a importância de estabelecer sistemas de avaliação que possam ser comparados com processos de outras unidades que garantam melhoria na qualidade e segurança tanto no atendimento do indivíduo quanto nas práticas profissionais. "A acreditação é indispensável a toda instituição que pretende desenvolver pesquisa de qualquer natureza, em particular pesquisa clínica", comentou.
Segundo Ana Cristina Rosa, pesquisadora do Cesteh, membro da Comissão de Qualidade da ENSP e integrante da equipe de acreditação do Centro de Estudos do Trabalhador, o departamento está passando por um momento de identificação dos processos de trabalho. "Precisamos transformar nossos fluxos em processos de trabalho. Isso facilita a questão da continuidade do trabalho, a execução do trabalho por pessoas recém-chegadas. Os procedimentos atingem todas as áreas, desde o laboratório até a área administrativa. E a construção dos POPs será feita por cada um e por todos. As ações adotadas no cotidiano agora virarão informação acessível a qualquer pessoa", explicou ela.
A Comissão de Acreditação do Cesteh tem representatividade de todos os serviços, e envolvimento dos profissionais de laboratório, ambulatório e da área administrativa. "Cada serviço é responsável por construir seus próprios POPs. Queremos representatividade de todas as áreas, pois, nos próximos encontros, também cobraremos as ações desenvolvidas por cada um", destacou.
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