Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Sucesso no tratamento do tabagismo depende de força de vontade

De acordo com a OMS, o fumo é hoje uma das principais causas de mortes evitáveis no mundo e, ainda assim, um terço da população mundial adulta fuma. Para tentar minimizar o problema, desde 2001, o Brasil adotou advertências sanitárias acompanhadas de fotos nos maços de cigarros. A medida trouxe resultados e, este ano, a campanha do Dia Mundial sem Tabaco, comemorado em 31/05, tem como tema 'Mostre a verdade. Advertências Sanitárias salvam vidas'. A ENSP é parceira nessa luta desde 2007, quando implantou, em suas dependências, o programa 'Ambiente Livre de Tabaco'. E, ainda em 2009, iniciará o tratamento para usuários do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da ENSP.

Por meio da Portaria 014/2007, a Escola deu o primeiro passo nessa direção com a criação da comissão para implantação do Programa 'Ambiente Livre do Tabaco'. Depois disso, a ENSP foi credenciada como unidade livre do tabaco e, desde 2008, passou a oferecer tratamento a usuários que não conseguem abandonar o vício sem auxílio médico. Essa comissão, coordenada pelo pesquisador José Francisco Pedra Martins (Cesteh/ENSP), realizou um inquérito sobre tabagismo para trabalhadores da Escola e um projeto piloto para tratamento desses profissionais. Agora, em 2009, o tratamento também será oferecido aos usuários do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP).

Segundo a médica do Centro de Saúde Escola e responsável pelo Programa de Tratamento do Tabagismo, Syglia Mathias Soares, antes de qualquer atitude, o fumante precisa querer parar de fumar. "Sem isso, não existe tratamento que vá para frente. Mesmo que se tenha uma indicação médica para o acompanhamento, é essencial que o dependente químico esteja consciente da sua necessidade". Ela disse ainda que a demanda por esse tratamento é muito grande, mas, a princípio, será formada uma turma de vinte pacientes.

A primeira ação para o fumante que deseja receber o tratamento será assistir a palestras e passar por entrevistas. "Depois dessa etapa, o paciente começa um tratamento que envolve atendimento médico, psicológico, atividades físicas e, em alguns casos, o uso de medicamentos que auxiliam a decisão de parar de fumar. É importante lembrar que só os pacientes que já tenham parado de fumar podem utilizar a goma de mascar ou o adesivo de nicotina, uma vez que eles não podem ser usados junto com o cigarro por causa do efeito cumulativo da nicotina".

Advertências Sanitárias geram resultados positivos no país

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, quase 20% da população brasileira fuma. Por isso, desde 2001, o Ministério da Saúde adotou as advertências sanitárias nos maços de cigarro. Essa campanha é considerada uma das mais avançadas do mundo.

Há oito anos, fabricantes e importadores de produtos de tabaco no Brasil são obrigados, por lei, a inserirem advertências sanitárias acompanhadas de fotos nos maços de cigarros e também o número do Disque Saúde - Pare de Fumar. Os resultados da campanha foram medidos em uma pesquisa que apontou que 48,2% dos fumantes admitiram que as advertências nos maços os torna mais propensos a deixar de fumar.

A pesquisa 'Projeto de Avaliação do Controle do Tabaco no Brasil' foi realizada pelo Inca e integra o International Tobacco Control Evaluation Project (ITC Project), pesquisa internacional, coordenada pela Universidade de Waterloo, sobre políticas de controle do tabaco que se estende por outros 19 países. Esta é a primeira vez que a avaliação está sendo realizada no país e envolveu três cidades: Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, com um total de mil e oitocentas pessoas fumantes e não fumantes, as quais serão acompanhadas por no mínimo três anos.

Dados preliminares da pesquisa foram apresentados pelo Inca no dia 27 de maio, como parte das comemorações do Dia Mundial sem Tabaco. A pesquisa aponta que imagens e frases impressas impediram que 39,1% dos fumantes pegassem um cigarro quando estavam prestes a fumar, nos últimos 30 dias. Além disso, mais de 60% dos fumantes e 83% dos não fumantes disseram que as advertências os fizeram pensar, um pouco ou muito, sobre os riscos à saúde provocados pelo tabagismo.

A cada mudança na política de controle do tabaco no país, as mesmas pessoas deverão ser entrevistadas para novas pesquisas. Isso permitirá a comparação temporal dos dados. A previsão é que a primeira etapa da pesquisa brasileira seja concluída ainda no primeiro semestre deste ano. A segunda fase, que avaliará o impacto das novas imagens de advertência, que começaram a ser veiculadas em maio deste ano, terá início em 2010.

As novas imagens que estão ilustrando os maços de cigarros foram desenvolvidas em um projeto coordenado pelo Inca, em cooperação técnica com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Laboratório de Neurobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Laboratório de Neurofisiologia do Comportamento da Universidade Federal Fluminense e o Departamento de Artes e Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. A indústria do tabaco tem até o dia 5 de agosto de 2009 para substituir as antigas imagens de advertência pelas novas.

Para discutir o tema, a PUC/RJ realizou o Seminário 'Advertências Sanitárias nos Maços de Cigarros - Defesa ou Afronta à Dignidade Humana?'. Durante o encontro, foram realizadas diversas palestras que envolveram as áreas de prevenção e controle do tabagismo, comunicação, design, regulação dos produtos de tabaco, entre outros. As profissionais de design da Coordenação de Comunicação Institucional da ENSP - Adriana Carvalho, Ana Claudia Sodré, Lucia Regina Pantojo e Tatiana Lassance - estiveram presentes nas apresentações, que abordaram o impacto gerado pelas imagens, seu processo de desenvolvimento e as evidências mundiais de sua utilização.

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