Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Indicadores são melhores onde há Saúde da Família

Cruzamento de dados sobre indicadores de saúde e percentual de cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) nos municípios brasileiros comprova que, onde há mais pessoas atendidas pelas equipes multiprofissionais, a qualidade de vida é melhor.

Nos municípios com baixo índice de desenvolvimento humano, a taxa de mortalidade infantil caiu 4,36% entre 1998 e 2005. O índice de nascidos vivos de mãe sem nenhuma consulta pré-natal diminuiu de 9% para 2%, entre 1998 e 2005. A queda na taxa anual de internação por insuficiência cardíaca congestiva em pessoas de 40 anos ou mais caiu 5,42%, entre 1998 e 2006. Esses são apenas alguns dos resultados alcançados pela ESF nos municípios com índice de cobertura superior a 70%. Hoje, a ESF chega aos 15 anos, com mais de 28 mil equipes espalhadas em todo o país e com capacidade de resolver 85% dos problemas de saúde de mais de 103 milhões de brasileiros.

Nos municípios em que a cobertura das equipes de Saúde da Família foi inferior a 20% ocorreu aumento de 4,5% da taxa de mortalidade infantil, entre 1998-2005. A proporção de nascidos vivos de mãe sem nenhuma consulta pré-natal, no mesmo período, caiu de 9% para 2%, em razão da maior atuação das equipes. Nos locais em que a cobertura é menor que 20%, a redução foi de 5% para 2%.

A queda na taxa anual de internação por insuficiência cardíaca congestiva em pessoas de 40 anos também está relacionada à maior presença do Saúde da Família. Nos municípios com cobertura acima de 70%, a redução foi de 5,42%, contra 1,95% naqueles com cobertura inferior a 20%.

ATENÇÃO BÁSICA - Outro exemplo para ilustrar como a atenção básica reduz as internações é no caso dos portadores de asma, uma doença facilmente controlável com ações preventivas. Em 1998, na região Centro-Oeste, havia 140 mil internações/100 mil habitantes. Em 2006, essa taxa caiu para 60/100 mil habitantes. A cobertura do Saúde da Família nessa região passou de 2%, em 2001, para 45% em 2006.

Cerca de 85% dos problemas mais comuns de saúde podem ser resolvidos na atenção básica, de acordo com estudos internacionais. Assim, se o modelo de saúde de um país é baseado na atenção primária, há uma redução do movimento nas emergências e em outros níveis de atenção à saúde, que nem sempre são os adequados para qualquer demanda. Além de o atendimento ser melhor e reduzir os custos para o Sistema Único de Saúde brasileiro, trabalha-se com a prevenção de doenças e não apenas a cura, o que é mais benéfico para o indivíduo a longo prazo.

É isso o que ocorre no Brasil, nos municípios e capitais onde foi implementada a Estratégia Saúde da Família (ESF). Para o sistema funcionar, os gestores dos municípios precisam aderir à estratégia e dividir o financiamento com o ministério.

EXEMPLOS - Na Unidade de Pronto Atendimento de Venda Nova (BH Vida), em Belo Horizonte, cidade com uma cobertura de 70% da Estratégia Saúde da Família, por exemplo, de 2001 a 2005, o movimento diminuiu de três mil para mil os atendimentos no período diurno e de 1,7 mil para 1 mil no período noturno.

Hoje, no Brasil, são 28.452 equipes da Saúde da Família, compostas por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, 221.588 agentes comunitários de saúde (pessoa da própria comunidade capacitado para atuar como profissional de saúde) e 16.916 equipes de saúde bucal. "Esse é o maior modelo de atenção básica do mundo, que oferece 49% de cobertura e queremos chegar a 2011 com um total de 70% da população coberta em todas as classes sociais, baixa, média e alta", explica a diretora do Departamento de Atenção Básica, do ministério da Saúde, Claunara Mendonça.

Essa experiência brasileira, de tão positiva, se tornou exemplo para alguns países. Na África, Moçambique e Angola são apoiados pelo Ministério da Saúde para oferecer um sistema semelhante, baseado em agentes comunitários.

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