Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Pesquisa comprova que alimentos pouco saudáveis são os mais anunciados

Resultados preliminares de uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Brasília (UNB) e financiada pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) mostram que alimentos pouco saudáveis são os mais anunciados na mídia.

O estudo que analisou 4.108 horas de vídeos, num total de 128.525 peças publicitárias, mostrou que o tipo de propaganda mais freqüente de alimento é o fast-food (18%). Em seguida, aparecem as de guloseimas e sorvetes (17,%), refrigerantes e sucos artificiais (14%), salgadinhos de pacote (13,%) e biscoitos doces e bolos (10%). Esses cinco grupos representam 72% do total de anúncios de alimentos veiculados na televisão.

O resultado da pesquisa será apresentado nesta quinta-feira (26/06), a partir das 9h, no Auditório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Estarão presentes representantes do governo, da sociedade civil, Ministério Público e instituições de ensino superior. A intenção da reunião é discutir práticas abusivas da publicidade, especialmente para o público infantil, e o estabelecimento de estratégias conjuntas para a adoção de mecanismos mais responsáveis de promoção comercial.

De maneira geral, segundo as pesquisadoras responsáveis pelo trabalho, as propagandas predominantes são as de alimentos com alto teor de gorduras, sal e açúcar. Os anúncios de alimentos correspondem a 9,7% do total, e sua maior freqüência acontece no período das 14h30 às 18h30, com maior prevalência na rede de televisão a cabo (55,9%).

Nas revistas, foram avaliadas 18.689 peças publicitárias. A publicidade de alimentos ocorre com maior freqüência em revistas infantis, para adolescentes e mulheres e tem como foco o produto, especialmente aqueles prontos para consumo. "O público infantil é o mais vulnerável aos apelos promocionais, não só porque define hoje a compra da família, mas também porque é o consumidor do futuro. A propaganda influencia as escolhas alimentares, e por isso mesmo, é preciso estar atento a elas quando se define planos e estratégias de promoção da alimentação saudável", afirma a coordenadora-geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcellos.

O estudo levou um ano para ficar pronto e foram analisadas propagandas televisivas de dois canais da televisão aberta e dois a cabo. Foram gravados desenhos, programas infantis, femininos e destinados ao público jovem, novelas e filmes. Dentre as revistas, foram analisadas as propagandas impressas de 18 tipos diferentes, de diversos segmentos: adultos, femininas e destinadas ao público infanto-juvenil.

Estratégia Global também será discutida

Além disso, o evento pretende dar visibilidade a proposta de Consulta Pública nº 71 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em 2006, que dispõe sobre a oferta, propaganda e publicidade de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, gordura saturada, gordura trans e sódio.

As ações desenvolvidas fazem parte da proposta do governo de atender as recomendações da Estratégia Global para Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, e especificamente a Resolução da Assembléia Mundial de Saúde aprovada em 2007, intitulada "Prevenção e Controle de Doenças Crônicas Não Transmissíveis: implementação da Estratégia Global".

O plano de trabalho aprovado na última reunião da Assembléia, para o período de 2008-2013, propõe que os países coloquem em ação, mecanismos para promover o marketing responsável de alimentos e bebidas para crianças, com o objetivo de reduzir o impacto dos alimentos ricos em gorduras saturadas, gorduras trans, sódio e açúcar. Esta ação deve ser compartilhada entre sociedade, setor produtivo e setor público é o caminho para a construção de modos de vida que tenham como objetivo central a promoção da saúde e da nutrição adequada.

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